“O trem encosta na plataforma
E a massa se descomprime.
Em passos apressados ou esperançosos
Cada um procura seu rumo
Seu caminho, seu destino...
No canto esquerdo do saguão
Mulatos, pardos e negros
Em grupos vão se encostando
E cada vez mais aumentando.
E a polícia na sua opressão diária
Mais uma vez nos desmoralizando...
Como é duro ser negro!
Como é duro viver
Numa falsa terra
Calado, a morrer
Sem direito a guerra
Sem direito a ser gente
Ser visto apenas como burro ou lixo
Sem poder seguir em frente
Pois é encarado como bicho...
Como é duro ser negro!
Ser negro? Ah! Como é duro!”
“Lamento Central”, in Sobrevivence. 1
Do poeta negro Oubi Inaê Kibuko.
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